Crochê: mais do que uma atividade alternativa

Antigamente a cena mais comum nos domingos em família era as avós sentadas, com duas agulhas nas mãos fazendo movimentos repetitivos, com uma porção de fios coloridos. Depois, como em um passe de mágica, o segredo era revelado: cachecóis, mantas, tapetes, blusas e bolsas. Uma infinidade de produtos que eram desenvolvidos em poucas horas e com um simples toque. Porém, mais do que um passatempo, crochetar também faz bem para a saúde.

De acordo com especialistas, o crochê requer concentração, raciocínio e coordenação motora, o que ajuda a prevenir doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Recentemente uma série produzida pelo canal norte americano CNN mostrou que essa atividade pode ser uma prática eficaz para as pessoas que sofrem com o Transtorno de Estresse Pós-Traumático.

Mas, engana-se quem pensa que o crochê ainda é um hábito apenas de pessoas de mais idade. O handmade, como é chamado, já conquistou vários jovens. Como uma válvula de escape, eles utilizam essa técnica para criarem peças e objetos diferentes. A prova disso é a busca pelo artesanato como uma segunda fonte de renda. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse mercado já movimenta mais de R$ 50 bilhões por ano no Brasil representando um crescimento de 15%.

E quando o crochê é sustentável?
Muito além de um produto, o crochê também é arte. As crocheteiras estão cada vez mais se atualizando nesse segmento e buscando por empresas que forneçam um material de qualidade para que o seu produto final tenha bons rendimentos. A Eurofios, de Blumenau (SC), produz fios ecológicos através do reaproveitamento de resíduos sólidos das indústrias têxteis da região.

Todo o processo é feito pela companhia: desde a coleta, passando pela classificação e produção do barbante. Além disso, a Eurofios conta com a parceria do especialista em crochê Marcelo Nunes, que viaja pelo Brasil ensinando as pessoas a crochetar e também ter uma segunda opção de renda. “Num momento em que a preocupação com a origem do produto é tão importante, é inacreditável pensar que os fios e barbantes são feitos com algo que poderia estar no lixo, sendo descartado ”, explica o artesão.

Marcelo comenta que muitas pessoas que trabalham com produtos da Eurofios não imaginam que sejam feitos com matéria-prima reciclada. “Isso traz a certeza de que o fato de ser confeccionado com material de descarte das indústrias não faz com que os fios e barbantes percam qualidade. Agora estamos disseminando para as artesãs que isso pode e deve agregar valor ao produto delas”, conclui Marcelo.

Sobre a Eurofios
Muitos dos retalhos e resíduos têxteis de confecções e malharias acabam no lixo. A Eurofios transforma o que antes era descartado em um novo produto: barbantes e fios para trabalhos manuais.

Todo o processo é realizado pela companhia: desde a coleta do material, passando pela classificação e produção do barbante ecológico. Já são mais de 90 mil toneladas de retalhos reaproveitados pela empresa.

O crochê também serve como uma segunda fonte de renda para as famílias brasileiras. Imagem: Fernanda Sensi
O crochê também serve como uma segunda fonte de renda para as famílias brasileiras. Imagem: Fernanda Sensi
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